segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lembranças.

Imagine uma criança que vê um pote cheio dos seus biscoitos preferidos que fora deixado em uma prateleira muito alta. Ela recebe ordens de não tocar neles porque fazem mal, mas ela quer muito um. "E daí?" - ela pensa. "Vou pegar só um, e não tem ninguém olhando". Aí ela sobe na mesa, fica na ponta dos pés e encontra aquele pote enorme cheio de biscoitos, abre e come todos de uma vez ali mesmo. Quando todos os biscoitos acabam, ela perde o equilíbrio e cai. Fica estirada no chão por um bom tempo, como estivesse dopada. Não está acordada, mas não dorme e nem desmaiou. Sente uma dor dentro de sí horrivel e acha que nunca mais conseguirá andar novamente. A dor, mesmo que não seja física, toma conta do seu corpo e a faz se odiar por ter pego aqueles biscoitos.

O que eu quero dizer, é que nós somos aquela criança. O pote cheio de biscoitos são as lembranças mais sensíveis que temos em nós, que nem nossos melhores amigos tem muita idéia de o quanto nos magoa lembrar. É dificil resistir a tentação de pensar em tudo o que dói agora, mas que foi bom no passado.




- "acho que o imperfeito não participa do passado" ♪

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