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Já faz um tempinho que estou procurando as palavras certas para falar sobre o que aconteceu há uns dias atrás. Duas amigas das quais infelizmente me afastei - sem um grande motivo, além de o tempo passar e as coisas mudarem, fazendo as pessoas tomarem caminhos diferentes - perderam seu bem mais precioso, que foi tirado muito rápido delas. Acho que nunca vou esquecer da sensação de não precisar ouvir nenhuma palavra da boca delas pra entender a dor que as lágrimas delas deixavam claras, e coisas assim sempre nos fazem parar para pensar. É engraçado como sabemos que certas coisas estão próximas de acontecer e mesmo assim nunca estamos preparados para isso, mesmo que já tenhamos perdido alguém anteriormente. Suponho que se pudessemos agir racionalmente em relação a isso, não nos sentiríamos tão abandonados e infelizes.. mas não conseguimos. É impossivel não ser - de certa forma - egoísta quando isso acontece. Não importa se a pessoa estava sendo mantida viva apenas por canos e tudo mais, nós não queremos a perder de vez e saber que depois disso não tem mais volta. Hoje não vou falar o quanto somos ingênuos em ficar triste quando alguém morre, porque eu vi um grande exemplo de força e determinação vinda de uma delas, aquele sentimento de "estou sofrendo, mas não quero sofrer porque sei que está tudo melhor para ele agora". Mas essa é a ordem natural das coisas, aceitemos ou não. Não sei vocês, mas eu prefiro ver meus pais num caixão e guardar toda aquela dor para mim do que estar no lugar deles e fazê-los perder a sanidade. Já mencionei várias vezes o quanto eu boto fé que a vida seja um ciclo que deve ser respeitado, e esse é só mais um deles.

Post dedicado pra Jenny e a Jacke. ♥